A chegada de uma criança é sempre um momento de celebração para os pais, que contam a notícia ao primogênito como se a vinda do irmãozinho fosse um grande presente. Este é um momento delicado, uma vez que nem toda criança reage bem na assimilação dessa novidade. Pensando em orientar os pais a lidarem da melhor forma com este momento que o blog Homeopatia e Saúde, por meio dos doutores Ariovaldo Ribeiro Filho e Ana Lúcia Dias Paulo, da Clínica Similia, reuniu informações pertinentes a essa situação tão comum no ambiente familiar.

similiaA primeira dica para trabalhar a chegada do segundo filho com o irmão mais velho é ser sempre sincero e transparente. “A verdade deve sempre prevalecer nas relações familiares, da mesma forma que as mães e os pais devem evitar sair de casa escondidos, este tema deve ser tratado com verdade. As relações entre pais e filhos, e também entre irmãos devem ser sempre permeadas pela paciência e com muito amor. Assim, tudo será sempre verdadeiro”, afirma a médica pediatra homeopata Ana Lúcia Dias Paulo.

A influência da idade

Crianças entre 5 e 7 anos são identificadas como atemporais, ou seja, não compreendem o tempo como meses, anos ou semanas. “Nesse caso, portanto, não se aborda a chegada do irmão em questão de dias ou meses, mas como algo bom que virá a acontecer, quase como um belo presente do Papai Noel”, explica a doutora Ana Lúcia. Se o filho até então é único, melhor: é possível destacar os benefícios de ter uma companhia para brincar.

No caso de o casal já ter outros filhos, a melhor forma de divulgar a novidade é reunir toda a turminha e fazer o comunicado, sempre demonstrando alegria com a notícia. É importante reforçar neste momento como será bom ter mais uma criança em casa: aproveite o momento para que, em grupo, eles elaborem um presente de boas-vindas ao bebê que está a caminho para somar na família.

Inclusão de responsabilidades

Aos poucos, é possível abrir espaço para que o irmão mais velho possa participar de alguma situação relacionada ao bebê. “Chame-o para comprar ou reformar o berço, guardar as roupinhas ou brinquedos. Algo muito importante é fazer com que o irmão maior escolha um presente do gosto dele que será dado ao bebê quando nascer e o mesmo deverá ser feito do bebê para o irmão. Essa é uma maneira de aproximar os dois e torná-los amigos desde o início”, pontua. Os presentes nesse caso são simples, desde um desenho até um dos brinquedos já existentes.

Oferecendo responsabilidades nos cuidados do irmão pode contribuir no convívio dos irmãos após o nascimento do bebê. “Dê ao maior uma responsabilidade relativa ao menor, como por exemplo carregar a sacola, ajudar na preparação do banho, arrumar a roupinha. Coisas simples, mas que fazem com que eles se sintam tão importantes quanto o recém-nascido”, sugere a pediatra Ana Lúcia Dias Paulo, da Clínica Similia.

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Como lidar com o ciúme?

Para minimizar esse possível atrito, é preferível que os pais ofereçam espaço e atenção ao irmão mais velho, ouvindo atentamente o que ele tem a dizer e respeitando a opinião que emitir. A dica imprescindível aqui é evitar comparações entre os irmãos ou favorecimento do mais novo justamente por ele ser menor. “Os dois são pequenos. Dar ou não um brinquedo, por exemplo, é questão de fraternidade e amizade. Fazer ou não deve ser uma questão de justiça e amor. Nestes momentos, os pais deverão ser os juízes e nunca beneficiar um em detrimento do outro. É preciso sempre demonstrar igualdade no tratamento dos dois ou mais filhos”, ressaltou a médica.

Adaptação

A mudança na rotina de toda a casa com a chegada de mais uma criança é certa. Nesse momento, é importante explicar para o filho mais velho algumas novas situações que vão ser comuns e também incentivá-lo a respeitar a rotina do bebê, como horas de sono e de mamar. “Aos poucos o mais velho vai criando certa responsabilidade e instintivamente se organiza para evitar barulhos, por exemplo. São relações de respeito que os irmãos vão criando entre si”, destacou Ana Lúcia, que é médica pediatra homeopata.

Outra orientação da doutora é em relação a esse momento de silêncio: o bebê também se adapta aos barulhos do irmão, então é preferível evitar chamar a atenção do mais velho a todo instante para evitar ruídos. Já a compreensão de que a atenção, principalmente da mãe, estará voltada ao recém-nascido logo no início é uma situação que requer delicadeza da parte materna para explicar. Neste caso também é necessário o apoio do pai, desde dar atenção ao mais velho a dividir os afazeres domésticos para manter a harmonia na casa.