POSIÇÃO COM RELAÇÃO AO RELATÓRIO DO GOVERNO AUSTRALIANO QUE CRITICA A HOMEOPATIA

Ariovaldo Ribeiro Filho – Presidente AMHB

Homeopatia SimiliaRecentemente, foi divulgado pela mídia em todo o mundo um relatório do governo australiano que critica a Homeopatia. Segundo o colega homeopata, Dr. Marcelo Pustiglione, percebe-se que, de tempos em tempos, o jogo de interesses que prevalece indistintamente em todos os setores da gestão da saúde, sentindo-se incomodado de alguma forma com nossa proposta terapêutica humana, eficaz e barata, vem à tona para denegrir esta prática e seus praticantes (médicos especialistas), além de reduzir à condição de ingênuos e ignorantes os milhões de indivíduos beneficiados pela Homeopatia ao longo de seus 210 anos de prática.

Ecoa uma declaração e extenso relatório do Conselho Nacional de Pesquisa em Saúde e Medicina (National Health and Medical Research Council – NMHRC), órgão ligado ao governo australiano. Segundo o Dr. José Eizayaga, eminente homeopata e pesquisador, esse relatório refere-se a uma “revisão sistemática das revisões sistemáticas” das publicações que avaliaram a utilidade da Homeopatia em várias moléstias. Este relatório do governo australiano que crítica a Homeopatia é questionável e inválido devido a graves falhas científicas e preconceito, visto que a o texto pode induzir ao entendimento que homeopatia não serve para curar a saúde.

homeopatia similiaO comum em ciência é que existam diferentes posturas, e é o debate inteligente e rigoroso o que nos aproxima da realidade (a verdade). Por isso, o Homeopathy Research Institute (HRI – Reino Unido) analisou escrupulosamente o informe e publicou uma declaração sobre o mesmo. Nela sustenta que a investigação do governo australiano padece de alguns erros metodológicos cruciais que fazem que suas conclusões sejam inválidas, e lamenta que estas falhas, que haviam sido assinaladas por algumas organizações científicas quando o NMHRC tornou público o primeiro rascunho do informe, não tenham sido corrigidas ou ao menos mencionadas no informe. Esta circunstância os faz indagar sobre os interesses ou preconceito do comitê governamental australiano responsável pela investigação. A falha metodológica principal do trabalho australiano é relativamente óbvia: foram considerados todos os ensaios clínicos homeopáticos para cada afecção como um todo, apesar de se tratarem de tratamentos homeopáticos diferentes entre si, entre outras falhas, tais como:

  • A exclusão de pelo menos quatro revisões sistemáticas que oferecem a melhor evidência disponível e com resultados a favor da homeopatia para afecções concretas.
  • Exclusão de todos os ensaios clínicos que tiveram menos de 150 participantes, inclusive os que tinham boa qualidade metodológica.
  • Exclusão da análise que considerou “não confiáveis”, alguns estudos favoráveis à homeopatia, que tinham alta qualidade metodológica e que haviam sido repetidos várias vezes, apenas porque as replicações não foram feitas por grupos de investigadores diferentes.
  • Só foram avaliados estudos publicados em inglês.
  • Chama a atenção a contradição com os resultados favoráveis de uma revisão sistemática publicada em dezembro de 2014, extremadamente rigorosa, que analisou os ensaios clínicos realizados com “tratamento homeopático individualizado”, uma das maneiras mais comuns de utilizar a homeopatia.

Segue o link do artigo completo para aqueles que quiserem se aprofundar: http://www.amhb.org.br/media/proposta_eficaz_2015.pdf