Apesar de já ter sido tratado aqui no Blog Homeopatia e Saúde, a polemica causada pelo depoimento da jornalista Fernanda Gentil trouxe à tona o assunto novamente. O Blog Homeopatia e Saúde desvenda os mitos, verdades e tabus sobre amamentação.
A amamentação é recomendada para bebês de até 2 anos de idade e como alimentação exclusiva até os 6 meses de vida, isso não é segredo para ninguém. Mas o que é “leite secar”, “bico invertido”, “não descer o leite”? Essas e outras informações que ouvimos sendo passadas de mãe para filha e muitas vezes por falta de informação acatamos como verdade.
Leite secar ou não descer
O processo da lactação é um esquema neuroendócrino, que se inicia logo após o parto, com a retirada da placenta. Segundo a Dra. Ana Lucia Dias Paulo, os hormônios da gestação se normalizam e iniciam os da lactação, e o colostro começa a ser substituído por um liquido intermediário entre ele e o leite, em torno do segundo e terceiro dia pós-parto o leite já começa a descer.
“É necessário a sucção dos mamilos pelo bebê como estimulo para que o leite desça. Desta maneira quanto mais cedo ocorrer está interação, mais cedo o leite descerá. Algumas escolas de obstetrícia orientam que o recém-nascido seja levado ao seio materno para as primeiras sucções, ainda na sala de parto logo após o corte do cordão umbilical”, explica a pediatra.
Diante disso, “secar o leite” pode ter causas neuroendócrinas, pois garantidamente seguindo os passos da natureza tudo é resolvido.
O que fazer para evitar que o leite seque, ou não desça:
Mesmo com todo trabalho que um recém-nascido significa, a nova mamãe deve tomar algumas precauções para estimular a lactação:
– Repouso adequado: sabemos que os bebes acordam várias vezes a noite, assim a mamãe deve procurar repor este sono durante o dia, nos momentos em que o bebe também dorme.
– Ingerir líquidos: água é essencial para quem está amamentando. Ela se transforma em leite quase que imediatamente.
– Rodizio de mamas: para Dra. Ana Lucia, as duas mamas devem ser oferecidas em cada mamada. “Dessa forma a mãe estará promovendo um estímulo bilateral da lactação”, explica a especialista.
– Alimentação: A mãe deve se alimentar adequadamente, com rotina e tempo adequados, dando preferência a alimentos de maior valor biológico (frutas, verduras e cereais).
– Rotina: Importante procurar seguir uma rotina de mamadas, de início com livre demanda, o bebe mama quando quer, e a partir do segundo mês de vida, a mãe poderá colocá-lo numa rotina de horário que atenda a ambos.
Os primeiros meses são trabalhosos, pois é adaptação mãe-filho, filho-mãe, e por falta de experiência de ambos pode ser um tanto estressante, mas com amor e paciência tudo se ajusta. Vale sempre lembrar que amamentar dá trabalho, e se é realmente o objetivo da mãe ela deve procurar evitar qualquer introdução de fórmulas ou o uso de mamadeiras e outros bicos, que podem confundir o reflexo de sucção do recém-nascido.
“Por vezes, quando estas orientações não são seguidas, sejam por motivos físicos ou até emocionais, o leite pode ir diminuindo até o momento de secar totalmente. Mas uma mãe atenta e assistida por um pediatra, ou até mesmo pelo obstetra que a acompanha, podem reverter esta situação e manter a amamentação ao seio materno exclusiva”, explica Dra. Ana Lucia.
Mamilo invertido
O mamilo corresponde à maior proeminência na aréola, e tem importância fundamental na vida da mulher. Seja funcionalmente, permitindo a amamentação, ou sexualmente, com rica sensibilidade e relação com a autoestima e bem-estar.
O mamilo invertido é definido como uma retração no bico do peito, para dentro da mama. Tem como causa principal uma má formação congênita, isto é, uma fraqueza nos ligamentos que sustentam a papila e sem caráter hereditário. Embora mais raras, também podem existir as causas adquiridas nos processos inflamatórios (frequente em diabéticos e tabagistas) e o temido câncer de mama.
Mas tem cura. A mamãe que pretende engravidar deve observar isso antes da gravidez, pois o médico pode indicar algumas opções, até cirurgia para corrigir.
Maiores dificuldades para amamentar
Para Dra. Ana Lucia alguns fatores são negativos para a amamentação:
Ansiedade: “A insegurança da mãe pode servir como fator inibidor, por isso a futura mãe deve procurar ler muito a respeito destas e outras questões que podem lhe afligir”, recomenda a médica.
Situações anatômicas corpo: “O bico invertido é uma delas. E pode ser corrigido inclusive durante a gravidez”, explica a pediatra.
Bons motivos para insistir
Os benefícios da saúde do bebê são inúmeros, como podem foram explicados aqui, aqui e aqui, mas a mãe também ganha ao amamentar:
Praticamente todo o peso adquirido durante a gestação (quando uma gestação saudável) é perdido com a amamentação. “Além do peso perdido, a normalização dos hormônios que podem melhorar e muito a pele, cabelos e a disposição das mães de primeira ou de muitas viagens”, recomenda Dra. Ana.
Vale lembrar que cada mãe conhece o seu esforço e mesmo quando tentado de tudo, a mamadeira torna-se a única opção, a mãe não deve se culpar e procurar seguir todas as orientações do médico que à acompanha.
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