ser mulherA gravidez é (ou deveria ser) um momento de muita felicidade na vida de uma mulher. Mas nem sempre tudo sai como esperado. No texto desse mês da série “Ser Mulher”, o Blog Homeopatia e Saúde traz um olhar diferente sobre os filhos que não nasceram.

Cerca de 20% das gestações são “perdidas”, ou seja: terminam em um aborto espontâneo. Aliás, esse número pode ser até maior, pois muitas mulheres perdem o bebê antes mesmo de saberem que estão grávidas. Na cultura popular é comum ouvir que uma mulher só conta sobre sua gravidez para os conhecidos após o terceiro mês, pois as chances de abortar diminuem.

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Segundo o Dr. Adailton Salvatore Meira, médico ginecologista, obstetra, especialista na saúde da mulher, a maior causa de aborto são as más formações genéticas do feto. “Infelizmente, essas más formações que geram o aborto são detectadas apenas após a mulher já tê-lo sofrido”, explica o médico.

Quando uma mulher tem uma sequência de abortos, 3, 4 até 5 consecutivos, é chamado de aborto de repetição. Nesse caso, a ajuda de um médico de confiança não é apenas recomendada, mas imprescindível, para que ela consiga superar esse obstáculo e engravidar e, principalmente, para que essa sequência de abortos não a prejudique emocionalmente.

Como evitar?

Muitas vezes a mulher quer tanto um filho que foca sua atenção apenas na gravidez, deixando de pensar que ela, como grávida, deve ter uma boa saúde e uma vida saudável. “Uma vida saudável significa uma alimentação sadia, atividade física coerente e a parte emocional o mais organizada possível. É importante para a futura mamãe estar em harmonia com sua família e com o seu companheiro. Indico que minhas pacientes busquem conhecer a história de vida dos pais, do pai e da mãe, para que ela saiba que vem de uma descendência de pessoas. Assim, ela estará em harmonia consigo, com a família e com o clã ao qual ela pertence”, avalia o Dr. Salvatore.

Como agir se acontecer?

Em primeiro lugar, não se culpe. Como dissemos, mais de 20% das gestações resultam em abortos. Procure um médico ou pronto atendimento. Após o aborto ser confirmado a mulher deverá ser orientada a retornar para casa e esperar que o organismo elimine todo o conteúdo do útero. “É comum, hoje em dia, que o procedimento da curetagem seja indicado logo de cara, porém é uma situação natural do organismo. Depois do sangramento que dura entre 7 e 10 dias é indicada a realização de um ultrassom, para verificar se algum conteúdo uterino ainda permaneceu. Caso isso ocorra, será indicada uma curetagem”, enumera o médico.

É preciso lembrar que uma mulher que abortou esteve grávida; portanto, ela deve ter os mesmos cuidados que uma mulher que acabou de dar à luz, como o repouso e o resguardo. Algumas mulheres têm dificuldade de aceitar a morte do filho que esperavam. “Por isso é importante para a mulher que sofre um aborto reservar em seu coração um lugar para aquela criança. E viver o luto como a perda de alguém que se ama”, aconselha o médico.