De vilão a mocinho e vice-versa: essa é a trajetória do ovo ao longo dos anos, com times de nutricionistas afirmando que o alimento, se consumido em excesso, faz mal para a nossa saúde. Do outro lado, nutricionistas esportivos incentivando a alimentação baseada nesse item, alegando ser uma boa fonte de proteína. Os ovos já foram mais discriminados, é verdade. Acontece que muitos estudos atualmente vêm mostrando que o consumo desse alimento oferece mais benefícios para a saúde que malefícios.
O blog Homeopatia e Saúde, vinculado à Clínica Similia, do Dr. Ariovaldo Ribeiro Filho e a Dra. Ana Lucia Dias Paulo, foi investigar esse assunto
para atualizar os leitores sobre a atual situação do ovo. Entre as décadas de 1980 e 1990, esse consumo era bastante relacionado a problemas do coração e ao aumento do colesterol ruim. No entanto, essa história foi ficando aos poucos no passado com as pesquisas relacionadas ao produto.
Um exemplo disso é um estudo realizado em 2012 pela Universidade de Connecticut, nos EUA, que apresentou à seguinte conclusão: consumir um ovo inteiro no café da manhã pode influenciar nas melhorias de níveis do HDL, que é conhecido como o colesterol bom, no sangue de pessoas que apresentam algum risco para desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes. A função do HDL é remover a gordura do sangue, devolvendo ao fígado e, desse modo, evita que as gorduras criem depósitos nos vasos sanguíneos.
Outro estudo, também americano, mas dessa vez feito na Universidade de Missouri, mostrou que meninas que consumiam mais proteína pela manhã, como é o caso do ovo, sentiam-se mais saciadas e a ingestão de alimentos muito gordurosos durante o dia era reduzida. Barato e presente na maioria das mesas, não à toa o brasileiro consumiu 162 ovos durante o ano de 2012 inteiro – ou um ovo a cada dois dias, praticamente. O ovo é um alimento que oferece uma variedade grande de nutrientes, contribuindo em vários aspectos em nossa saúde, como a recuperação de tecidos, por exemplo. Depois do leite materno, esta é a proteína animal mais completa. O equilíbrio em seu consumo deve prevalecer, claro.
Nutrição
Este alimento de origem animal apresenta um valor nutricional consideravelmente alto, oferecendo também proteína, antioxidantes, gorduras insaturadas que agem como fonte de energia para nosso organismo. Tem 13 vitaminas e o que merece destaque: não tem gordura trans. Ok, mas e a gema? Metade das gorduras encontradas nessa parte são formadas por lipídeos monoinsaturados, mas, aproximadamente 90% são de ácido graxo oleico, que é a mesma propriedade encontrada no azeite ou no abacate. Esse elemento é o responsável pela elevação do bom colesterol e diminuição do ruim.
Já a clara do ovo, preferida entre atletas e pessoas que estão em dietas saudáveis, ocupa esse posto justamente por ser pouco calórica, não ter muita gordura e ser riquíssima em proteínas. Além disso, a clara do ovo contribui no fortalecimento do sistema imunológico e oferecer substâncias como a vitamina B12 e o cálcio.
Colesterol
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América atestou que esse tipo de alimento apresenta 185 mg de colesterol, e não 215 como anteriormente foi apresentado. Isso significa uma redução de 14%, apresentando ainda uma quantidade até baixa de gordura saturada, responsável pela elevação do colesterol. O lado positivo é que o ovo fornece vitaminas A e do complexo B, além de carotenoides, responsáveis por prevenir doenças degenerativas, e minerais como fósforo, selênio, ferro e zinco.
A recomendação da Associação Americana do Coração afirma que o limite de colesterol que deve ser ingerido por dia é de 300 mg, e por mais que o ovo represente uma boa fatia desse valor, a gema contribui para o aumento do bom colesterol. Pessoas que têm colesterol alto estão mais relacionadas a problemas hereditários e uma má alimentação, regada a gordura saturada, em especial a trans, e falta de atividade física. Por isso aquela velha história de eliminar a gema do ovo está fora de cogitação, é um mito: essa parte do ovo apresenta luteína e zeaxantina, que contribuem para a saúde de nossos olhos, por exemplo.
No entanto, quem já apresenta histórico de colesterol alto ou algum problema no coração, deve consumir moderadamente o alimento, assim como todos os outros, uma vez que aquela máxima de que tudo em excesso faz mal é extremamente válida.
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