​Atendimento demorado, sala de espera cheia, equipe correndo para dar conta da demanda. Este não é um cenário incomum em quem trabalha ou va​i ao pronto-socorro como paciente.

O fato de ser cômodo o atendimento 24 horas de médicos e enfermeiros, motiva as pessoas a irem ao pronto-socorro buscar uma solução quando a sua saúde não está bem, seja por motivos graves ou banais, principalmente no caso dos pais que ficam aflitos quando os filhos apresentam qualquer enfermidade.

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Realidade

Cerca de 80% das crianças atendidas em um pronto-socorro poderiam aguardar a consulta com o pediatra. Isso acaba sobrecarregando o atendimento da equipe, principalmente em épocas específicas, como nos meses frios (entre março e agosto), que são períodos críticos em que os vírus costumam aparecer.

O aumento no tempo de espera, para o atendimento médico, é inevitável, o que gera uma grande ansiedade tanto para os pais como para a equipe de saúde em geral.

Então quando ir ao PS?

Um pronto-socorro é destinado aos casos graves, de urgência e emergência. Emergências são as paradas cardíacas ou aqueles casos em que o paciente corre risco iminente de morte. Já urgência, a equipe deve agir prontamente, caso contrário, o paciente também corre o risco de morte. Existem protocolos assistenciais institucionais que auxiliam a equipe especializada quando casos como estes chegam ao pronto-socorro. O médico emergencista é muito importante neste momento, pois deve ter ações imediatas, reconhecendo quando se trata de uma emergência ou urgência. Quando o paciente não se enquadra em nenhuma destas duas classificações, o atendimento é postergado.

Sinais de alertas

Muitos prontos-socorros trabalham com sistema de triagem, que separa os pacientes de acordo com a emergência. Na grande maioria dos atendimentos, não há risco de morte e poderiam aguardar a ida ao consultório do médico. Entretanto, há casos em que é imprescindível uma avaliação do emergencista. No caso específico da pediatria, as situações que merecem ser avaliadas no pronto-socorro são:

  • Crianças com idade inferior a três anos: quando as crianças desta fase apresentam febre maior que 39°, sem nenhum sintoma aparente, é um sinal de alerta e deve ser avaliado por um médico.
  • Crianças menores de três meses de idade com febre a partir de 37,8°.
  • Quadros de vômitos incontroláveis (mais de três episódios em uma hora), mesmo após a criança ser medicada.
  • Intoxicações: ingestão de substâncias ou medicamentos.
  • Acidentes domésticos como as queimaduras, os cortes, as quedas com ferimentos profundos ou fraturas, afogamentos e engasgos com perda da respiração.
  • Crises de asma com dificuldade para respirar, falta de ar.
  • Traumas na cabeça: principalmente quando ocorrem em crianças menores de dois anos de idade, que caíram de uma altura maior que 1 metro, rolaram mais de 5 degraus de uma escada e apresentam hematomas subgaleais, conhecidos popularmente como galos, em qualquer região da cabeça.
  • Convulsões
  • Alteração do nível de consciência: sonolência excessiva sem explicação, irritabilidade sem causa aparente, alteração súbita do comportamento como, por exemplo, desorientação.
  • Dores intensas que limitam a atividade da criança.

É importante ressaltar que queixas com mais de 15 dias ou meses de duração devem ser avaliadas por um médico no consultório.

O pronto-socorro não é o local para resolver um problema crônico.

O que o médico poderá avaliar é se o problema está em uma fase aguda para resolver a questão da urgência, mas não tratar do problema em si.

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