Os três primeiros anos são a base para toda a vida do ser humano, diz a ciência. Em muitos países, só após essa idade a criança poderá começar a frequentar a “escolinha”. Entretanto, a correria do dia a dia e a ordem social muitas vezes forçam os pais a colocar seus filhos muito mais cedo. Saber quando é a hora, escolher o local ideal e como lidar com o período de adaptação é uma dúvida comum entre os país.
Nesse artigo, a Dra. Ana Lúcia Dias Paulo, médica pediatra e homeopata da Clínica Similia, tira todas as dúvidas dos pais sobre o tema escolinha em entrevista exclusiva para o blog Homeopatia e Saúde. Confira!
A organização social pouco centrada na família frequentemente obriga os pais a colocarem seus filhos cada vez mais cedo nos berçários e creches. Não surpreende o aumento do número de berçários nos últimos anos, já que muitas mães às vezes não têm outra opção que não deixar seu bebê de 3 ou 5 meses em outro ambiente para trabalhar.
Para a Dra. Ana Lúcia, a hora de ir para a escolinha depende muito da dinâmica familiar. A necessidade de trabalho dos pais normalmente fala mais alto. “Pensando no bem estar emocional e físico da criança, o ideal é entrar para escola já andando e controlando o xixi e o cocô, o que se dá, em geral, a partir dos 14 meses”, diz a pediatra.
A médica afirma que, ainda do ponto de vista emocional, a criança só se prepara para a socialização com pessoas e ambientes diferentes do seu lar a partir dos 3 anos. “O dia a dia em casa e com a família constituem estímulos suficiente para os bebes até 14-18 meses” e recomenda apenas, como atividade externa, a natação, por ser uma habilidade importante para a sobrevivência.
“Desde que seja possível para a família, o ideal é deixar as crianças em casa (ambiente conhecido), com alguém que além de atender suas necessidades, seja de confiança. Uma pessoa zelosa, amorosa e de confiança principalmente por parte da criança”, afirma a Dra. Ana Lúcia Dias Paulo
Escolhendo a escolinha e ajudando na adaptação
A pediatra ainda dá dica aos pais na hora de escolher a escolinha ideal. Sugerindo que usem uma planilha para anotar os pontos positivos de cada escola, Dra. Ana Lúcia elenca cinco pontos que considera crucial na hora escolher a creche para os filhos:
- Espaço físico: onde ficam as crianças e espaço de atividades
- Metodologia: a linha pedagógica da instituição
- Formação dos professores: pedagogos com especialização para a idade específica (pré-escola, fundamental, básico, etc)
- Equipe: observar o número de pessoas disponível para atender as crianças, desde a parte pedagógica até a preparação dos lanches e limpeza do local
- Distância da residência: quanto mais próxima da casa da família, melhor
Para a adaptação, que às vezes pode ser difícil, a pediatra recomenda que seja feita de forma gradual e baseada numa relação de confiança e vínculo. “Uma vez escolhida a escola, a criança pode ir visitar sem nenhum compromisso de lá ficar, conhecer seus espaços e principalmente as pessoas que irão lhe acompanhar no período fora de casa.”, diz ela.
Para os pais, ela completa: “nos primeiros dias, observe com quem da escolinha a criança se identificou mais e crie um vínculo harmonioso. Se possível, na porta da escolinha, a criança deve sair do colo de um dos familiares para esta pessoa em quem ela já confia”. Fala também da importância dos pais conversarem com os filhos, reforçando os pontos positivos sem, entretanto, inventar mentiras sobre.
Para finalizar, a Dra. Ana Lúcia lembra que crianças realmente precisam brincar, não somente preencher o dia com atividades para “gastar energia”. “Crianças tranquilas e calmas, vivem em famílias e lares tranquilos e calmos”, reforça.
Tags: crianças, filhos, infância, educação
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